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segunda-feira, 9 de março de 2009

HISTÓRIA DO TRANÇADO

A técnica do trançado é tão diversificada quanto diversificado é o produto final.

O processo é simples: trançar. É elaborada tendo como base à manufatura de "tranças" de três ou mais pernas, previamente confeccionadas que servem como base para a realização de peças de vários modelos como: jogos americanos, chinelos, chapéus, esteiras, espanadores, cestas de todas a espécie, redes, miniaturas, etc.

No Brasil, o trançado surge em todas as tribos indígenas por sua acessibilidade e abundância de matéria prima. É uma área de grande importância histórica e cultural do nosso país. Ele assume formas que narram as lendas dos nossos mitos originais e contam a história das tribos indígenas. O ato de trançar uma fibra está profundamente ligado à trama do destino e à história dos homens. Quem faz o trançado está, de certa forma, criando uma história.

Para os índios, o fato de o trançado estar intrinsecamente ligado à sua utilidade não diminui seu valor simbólico e narrativo. Para eles a beleza, a utilidade e mesmo as peças utilizadas nas cerimônias estavam intrinsecamente ligadas. O sublime estava muito ligado ao cotidiano. A arte e o artefato, em quase todas as épocas, foram a mesma coisa. A separação entre elas é coisa recente inventada pelo homem branco.

O objeto produzido por uma cultura pode falar muito sobre ela. A diferença básica na produção de utilitários dos índios para a nossa é que eles faziam tudo com as próprias mãos. A fibra era colhida, tratada com cinzas, surrada, finamente trançada, ornamentada, sempre fibra por fibra. Cada objeto é feito como único, sendo assim, um objeto que exige um tratamento tão trabalhoso e individual só pode culminar impregnado das mãos de quem o trançou, que por sua vez está impregnado de sua cultura.

Numa tribo indígena, a noção de coletividade é muito maior e mais significativa do que a que conhecemos em nossa sociedade.

A busca da sobrevivência, o indivíduo só é fraco e impotente, se ele não estiver intrinsecamente ligado a uma coletividade. Uma obra de arte, que normalmente tem seu uso utilitário, nem sempre é feita inteiramente por uma pessoa, mas em nome da tribo e geralmente por um grupo.

O Trançado hoje:

O trançado, e em geral, todo tipo de artesanato, na sua origem era feito apenas como um objeto utilitário, passando mais tarde para objetos decorativos.

No começo esses objetos decorativos (seriam arte?) eram feitos individualmente ou em famílias, o que permitia sempre mudanças e uma liberdade de criação, os artesãos não estavam presos a moldes pré-determinados.

Com a chegada do capitalismo, e tendo este se infiltrado cada vez mais na vida dessas pessoas, o que aconteceu foi que, para que os artesãos pudessem lucrar mais resolveram se organizar.

Essas mudanças afetaram profundamente a produção de cestos, pois o que antes era um trabalho autônomo, feito com muito prazer, agora é um trabalho mais estrutura e programado.

Os artesãos passaram a produzir modelos pré-determinados pela quantidade de venda e lucro que este ou aquele pode gerar. De artesãos passaram a micro empresários.

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